
Após 80% de aumento nos assassinatos, e pouco mais de 40% de elevação no número de tentativas, a cúpula da Segurança Pública do Rio Grande do Sul se reuniu em Santa Maria. O encontro aconteceu na sede da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (Apusm). Na oportunidade foram discutidos os índices de criminalidade e ações de combate para diminuir os crimes contra a vida.
A reunião contou com a presença do Secretário de Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa, que apresentou os indicadores de criminalidade do Estado. Os dados apresentados são do mês de maio, onde foi registrada a queda de cinco por cento em relação a abril em todo o Rio Grande do Sul. Santa Maria é uma de pelo menos três cidades que não acompanharam essa tendência de queda. No coração do Estado, os assassinatos foram de 20 em 2021 para 36 nesse ano, em um comparativo de primeiro de janeiro até 10 de junho. Já as tentativas de homicídio, crime este que chamou a atenção do secretário, passaram de 58 no ano passado para 82 em 2022.
Conforme Santarosa, não há uma onda de assassinatos e sim uma tendência de alta nos crimes contra a vida. Segundo ele, foi esse alerta emitido pelo sistema RS Seguro, que acompanha todos os indicadores que fez com que se fizesse essas reuniões estratégicas para se definir ações de combate a criminalidade.
– Foi uma reunião de governança, onde foram analisados os indicadores criminais de Santa Maria. Ontem, fizemos a divulgação dos índices criminais do Rio Grande do Sul. O foco em Santa Maria, são os crimes violentos e letais. Os homicídios. A nível de Estado, o mês de maio, se comparado com o ano passado, eles apresentam uma redução. Mas isso não é suficiente para a Secretaria de Segurança Pública. Pois alguns municípios apresentaram uma pequena alta, entre eles, Santa Maria. Não é uma onda de assassinatos. O que acontece é um tendência de elevação com o crime tentado. E quando há uma elevação do crime tentado, isso chama a nossa atenção do nosso controle. Por que nós precisamos estudas por que houve o aumento. Foram definidas ações estratégicas que vão ser implementadas nos próximos dias justamente nesse sentido. De evitar que aconteça a tentativa de homicídio e o homicídio propriamente dito – diz.

Segundo o secretário, a primeira reunião aconteceu na cidade de Rio Grande, em maio, onde o número de assassinatos teve aumento, medidas foram tomadas e em alguns dias as forças de segurança já tiveram resultados.
– O programa RS Seguro faz o acompanhamento desses índices todos. Quando comparado com os meses anteriores, o Estado poupou cinco por cento de vidas, ou seja cerca de 150 pessoas, mas Santa Maria, Rio Grande e Caxias do Sul apresentaram uam pequena elevação. Rio Grande eu já tinha feito essa reunião no mês passado e apresentou melhora. Hoje, aqui em Santa Maria reunimos o Poder Judiciario, Ministério Público, as vinculadas da secretaria de Segurança Pública e a Prefeitura Municipal, justamente para analisar esses indicadores, analisar esses índices, verificar as ações que estão efetivamente sendo empregadas aqui e melhorar esses indicadores. Aqui pode-se construir uma ação pela qual ela vai ter o objetivo de reduzir esses indicadores de homicídios – explica.
Ainda conforme Santarosa, a integração entre todos os órgãos de segurança é muito importante para cada um fazer a sua parte no combate a criminalidade com união e ações mais fortes.
– Essa ação com todos esses atores, Susepe, prefeitura, Tribunal de Justiça, com o Ministério Público junto com a Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Instituto-Geral de Perícias, decidiu-se implementar algumas ações justamente neste vies. Aumentar ostensividade da polícia ostensiva, aumentar a robustez da prova por parte da polícia judiciária, de forma que o judiciário quando receba essa prova tenha mais condições de aplicar a Sansão ao criminoso. Acredito que essas ações vão surtir efeito nos próximos 15 a 20 dias e os indicadores que hoje estão em uma tendência de alta, possam retornar em uma tendência de queda.
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O secretário diz que o número de assassinatos e de tentativas pode estar ligado a ação de grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas. Uma das medidas adotadas pelo Estado foi a compra de 15 bloqueadores de sinal de telefone celular. Quatro deles já estão sendo instalados e em breve devem começar a funcionar em casas prisionais da região metropolitana e do sul do Estado onde vai dificultar o contato de apenados com pessoas fora do sistema carcerário – conta.
– Acredito que seja pela ação de grupos criminosos de um tentando tomar o território do outro. Foram definidas ações justamente nesses sentido, de captura e prisão de criminosos faccionados e também de ações que visem a descaptalização desses grupos criminosos para o seu enfraquecimento. Temos sim algumas ordem para serem feitas execuções de dentro do sistema prisional. Para isso, foram adquiridos bloqueadores de celulares, já estão sendo instalados em presídios de Charqueadas e Rio Grande. No final de junho já devemos ter alguns equipamentos funcionando – afirma Santarosa.

Conforme o delegado regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz, durante a reunião, foram apresentados números de indicadores de operações, prisões e apreensões feitas em combate a ação das facções. Conforme o delegado, foram discutidos sobre os problemas que os órgãos de segurança local estão enfrentando, que tipo de ações estavam sendo tomadas, quais os problemas enfrentados e também quais as medidas necessárias para reduzir a criminalidade.
– Discutimos muito, apresentamos as estratégias de trabalho que estão sendo adotadas, já que são muitas operações que foram realizadas. Implementamos uma investigação mais fortalecida com um reforço de agentes na delegacia de homicídios e estamos trabalhando também com inteligência e investigação qualificada. O objetivo sem dúvida nenhuma é atuar cada vez mais firmemente, mais fortemente no combate a essa criminalidade, já que ela é sem dúvida nenhum motivada pelo tráfico de drogas e pelas facções criminosas. A polícia Civil e com certeza, a Brigada Militar também, atuarão fortemente dando uma resposta cada vez mais enérgica a essas questões. O objeto é trazer novamente uma sensação de segurança pública e tirar de circulação esses criminosos que andam atentando contra a vida dos seus desafetos – afirma Meinerz.