Dois empresários de São Gabriel são investigados pela Polícia Federal por contrabando de mel para o país. Os suspeitos atuam no ramo da apicultura e teriam aumentado as suas produções por meio da importação irregular do produto do Uruguai.
A ação faz parte da Operação Iratim 2, deflagrada ontem na Fronteira Oeste. A ação busca combater a evasão de divisas e o câmbio paralelo. O foco das investigações é um grupo especializado no contrabando de mel do país vizinho.
De acordo com a PF, os empresários de São Gabriel teriam se aliado a um grupo de pessoas de Santana do Livramento, que era responsável pelo recebimento e a remessa de valores ao Uruguai para pagamento de fornecedores de mel daquele país. O grupo também colocaria o produto clandestinamente no mercado brasileiro.
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Nesta quinta-feira os policiais federais cumpriram sete mandados de busca e apreensão nos dois municípios, além do bloqueio de contas bancárias, da indisponibilização de bens imóveis e do sequestro e arresto de veículos.
A ação deriva da identificação de prática sistemática criminosa voltada ao contrabando de mel, consequência da Operação Iratim, deflagrada em agosto de 2021. As investigações apontam para remessa de dinheiro ao Exterior por parte de empresários do ramo da apicultura. O principal objetivo seria fomentar a importação irregular do alimento, realizada por intermédio da fronteira entre Santana do Livramento e a cidade uruguaia de Rivera.
Segundo apurado, houve a remessa ilegal de mais de R$ 3,2 milhões ao Exterior por parte dos investigados. O valor seria utilizado no fomento desse mercado clandestino no Rio Grande do Sul. Essa prática seria a responsável por um incremento de, ao menos, 15% no abastecimento de mel da empresa dos investigados. A PF informa que os valores e percentuais envolvidos nessas práticas podem ser maiores. Assim, além da indisponibilização de bens dos suspeitos, a ação tem como objetivo o aprofundamento das investigações para identificação de outros envolvidos.
CÂMBIO
As investigações de contrabando foram intensificadas pela Polícia Federal para combater os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional na Fronteira. A partir dessas investigações, são identificados os fluxos financeiros de outros crimes, como o contrabando de mel. A alusão a Iratim remete a uma espécie de abelha conhecida por se apropriar do ninho e do mel de outras abelhas.
