
Nesta quarta-feira (27), ocorreu a segunda edição do Bei nos Bairros Especial, na sede do Grupo Diário. O programa tem como objetivo oferecer espaço para comunidades de Santa Maria apresentarem demandas e receberem um retorno imediato das autoridades competentes.
Nesta edição, a Associação de Moradores do Bairro Nova Santa Marta participou da iniciativa. O bairro, que teve início a partir de uma ocupação há 30 anos, é um dos maiores de Santa Maria, com cerca de 30 mil pessoas vivendo na região.
As demandas da comunidade
Dentre os principais problemas apontados pelo líder comunitário, Leonel Pacheco, estavam questões envolvendo a área da saúde. Na oportunidade, Pacheco reiterou, principalmente, a necessidade de mais médicos e agentes sanitários para atender a Região Oeste.
Outro ponto abordado foi o transporte público. Rotas ineficazes, falta de paradas de ônibus e precariedade das ruas foram apenas alguns dos problemas relatados.
A pavimentação das ruas também esteve em discussão. Relacionado a isso, o diretor da Escola Marista Santa Marta, Diego Iunkes, lembrou da promessa de asfaltamento da Rua dos Branquilhos e da Rua dos Camboatãs, que ficam na área do entorno da instituição. Conforme relato, a situação atual das vias dificulta a movimentação de pais e de alunos.
Os moradores ainda fizeram questionamentos acerca do planejamento futuro para a segurança da região, já que a cidade vive um contexto de escalada dos homicídios.
O líder comunitário, Leonel Pacheco, relatou que a conversa com o poder público foi produtiva e espera que em outra oportunidade seja possível aprofundar mais demandas, como o saneamento básico:
– O saneamento básico ainda é a céu aberto, não tem captação desse material, que acaba indo para a sanga. Esse é um tema que gostaríamos de aprofundar porque é um problema não só do bairro, já que todo o esgoto que sai de lá corre para a cidade. Esse primeiro momento foi importante e gostaríamos de outros encontros para tratar de mais temas, buscando sempre o diálogo. Acho que fica o aprendizado para a comunidade e para as autoridades porque somente assim vamos conseguir sanar estes problemas.

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A resposta do poder público
O chefe de gabinete do prefeito, Alexandre Lima, procurou responder às questões relacionadas à infraestrutura no debate. Segundo Lima, as demandas não são novidades e a iniciativa do Diário possibilitou que o poder público escutasse de perto a comunidade para investir em mudanças.
– Governar é eleger prioridades e, dentro dos recursos que temos, executar. Recebemos bastante demandas de infraestrutura da comunidade, que já estamos resolvendo, e o programa Bei nos Bairros tem papel fundamental nisso. No Bairro Nova Santa Marta temos a Unidade de Saúde Alto da Boa Vista sendo construída. Também estamos restabelecendo o orçamento e, em breve, vamos entregar uma nova creche à comunidade – afirma Lima.
Na área da saúde, a secretária adjunta, Ana Paula Seerig, reforçou que a pasta trabalha em uma reformulação do território das regiões da cidade com o objetivo de evitar espaços vazios, ou seja, desatendidos. Com relação à falta de médicos e agentes sanitários apontada pelos moradores, Ana Paula reiterou que, por enquanto, a equipe que trabalha no bairro deve continuar com a mesma estrutura.
Já o secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Juliano Soares, reconheceu que o município não está conseguindo levar os recursos necessários para a ocupação do núcleo central da comunidade. Soares pontuou ainda os títulos de propriedade já entregues na Nova Santa Marta e adiantou que existem mais de 4 mil lotes identificados aguardando cadastramento para finalizar a regularização fundiária.
Na área da segurança, o titular da Delegacia Regional da Polícia Civil, delegado Sandro Meinerz, afirmou que o Bairro Nova Santa Marta é uma prioridade. Segundo Meinerz, atualmente, o patrulhamento ostensivo tem auxiliado na retirada de drogas, na apreensão de armas e na captura de foragidos na região.
Com relação ao transporte público, o diretor da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Vitor Saccol, falou que a demanda dos horários será atendida e que, no futuro, com uma nova licitação, outros problemas também poderão ser resolvidos. O principal, segundo Saccol, é a comunidade permanecer em contato com a prefeitura, responsável pelo subsídio do transporte público.
Também estiveram presentes no debate o comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (RPMon), o tenente-coronel Paulo Antônio de Oliveira, e a vereadora Marina Callegaro. A RGE e a Corsan foram convidadas, mas não conseguiram comparecer.